CASTELO E CISTERNA DE LAMEGO

Sobre a antiguidade do Castelo de Lamego, quase todos os autores consultados referem que o castelo “é obra de mouros” e anterior à fundação da nacionalidade. Do primitivo, apenas subsistem a torre de menagem (séc. XII), parte da velha muralha e a cisterna (séc. XIII).

A torre de menagem, com cerca de vinte metros de altura, é de planta quadrangular e tem nas suas faces frestas de iluminação, algumas alteradas no século XVI para serem transformadas em janelas, por ordem do último conde de Marialva, D. Francisco Coutinho, talvez com o intuito de dar à torre uma função habitacional. Possui praça de armas em forma de hexágono irregular, cuja muralha, com cerca de noventa metros de perímetro, é dotada de adarve, acessível pelo lado norte por um lanço de escadas.

Entre 1939 e 1940, quando se celebravam os centenários da Fundação e Restauração da nacionalidade, o castelo foi alvo de restauros, vindo as sineiras e os sinos que existiam no alto da torre a ser retiradas para lhe acrescentarem as ameias. O acesso ao velho burgo do Castelo faz-se através de dois pórticos abertos na muralha. Quem entra pelo lado norte passa pelo arco chamado “Porta dos Figos ou dos Fogos”, também já chamada “Porta da Vila ou do Aguião”, enquanto que a porta no lado oposto se denomina “Porta do Sol”. Junto a esta última encontramos uma interessante casa brasonada que pertenceu à Ordem de Cister e mais tarde veio a ser casa da roda.

No lado norte ainda existe a Casa da Torre, que está a servir de sede do Corpo Nacional de Escutas. Neste edifício funcionou a Câmara Municipal até 1834, altura em que se mudou para a Casa da Relação (atual Paço do Bispo).

A meio da Rua do Castelo podemos ver a capela da Senhora do Socorro, em cuja parede exterior se encontra um interessante painel de azulejos com a inscrição “N. S. do Coro 1671”. Perto desta existia outra capela de invocação a S. Salvador, onde teria sido a primitiva Sé.

A Cisterna de Lamego, situada extramuros da praça de armas, é de silharia retangular e abobadada, com ogiva nervada sustentada por largas cintas apoiadas em pilares. Com cerca de vinte metros de comprimento e dez de largura, é considerada “um dos melhores exemplares das cisternas dos castelos portugueses” (Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais cit. Laranjo, 1994, p.52).

Já em novembro de 2013, a Cisterna de Lamego reabriu e voltou a conhecer a luz do dia, após ter sofrido importantes obras de requalificação. Imagens, sons, letras, vivências, tradições, passaram a estar disponíveis ao público, num espaço que se assume agora como um Centro de Memória.

Ao entrar na Cisterna, o visitante mergulha no passado, onde múltiplas memórias são projetadas ininterruptamente nas pedras que, outrora, foram apenas espetadoras. Uma sonoplastia associa-se ao espaço, recordando 800 anos de sons quotidianos: o sino, o galo, o pedreiro, o pregão, a procissão, o choro e o riso.

O Castelo de Lamego é classificado como Monumento Nacional pelo Decreto de 16 de Junho de 1910.

COMO CHEGAR

De carro: A24, saída Lamego – Tarouca

Comboios: Régua (ligação por autocarro até Lamego – Tarouca) – Porto

Autocarros urbanos: Porto – Campo 24 de Agosto, Fátima, Coimbra, Viseu; Expressos: Viseu-Coimbra-Lisboa; Viseu-Aveiro-Porto-Braga-Guarda-Covilhã; Régua-Armamar-Moimenta-Viseu-Coimbra-Lisboa

Um Caminho único e Milenar que o vai transportar para outros tempos.

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